O artigo abaixo foi escrito
por Onésimo de Oliveira Cardoso. Este artigo tem como objetivo refletir sobre
os limites da abordagem da comunicação empresarial e analisá-los, tendo como
pano de fundo as ideias de Genelot (2001)1 sobre estratégia da comunicação num
ambiente de incerteza e complexidade. A perspectiva é desenvolver alguns
fundamentos de uma nova dimensão da comunicação organizacional e enriquecer os
seus aportes teóricos. A informação e a comunicação têm, cada vez mais,
assumido um papel importante na prática de gestão empresarial no mundo
globalizado. O chamado campo de estudo da comunicação empresarial tem sido, nas
últimas décadas, a área de fundamentação teórico-conceitual e de
desenvolvimento de práticas comunicacionais que permite às empresas
desenvolverem suas estratégias de negócios. No entanto, as transformações
constantes ocorridas no campo sociopolítico e no econômico e o avanço
significativo de tecnologias de informação têm colocado em xeque os fundamentos
da disciplina comunicação empresarial e permitido a elaboração de novos
enfoques teóricos, epistemológicos e técnicos que mudam significativamente a
maneira de entendermos a informação e a comunicação na gestão dos negócios.
Tais enfoques configuram a nova dimensão da comunicação organizacional de que
estamos tratando, uma dimensão que deixa claro que não se pode mais aceitar que
o processo de comunicação, mantendo-se com seus modelos homogeneizados,
verticalizados e com ênfase na instrumentalidade da comunicação.
No âmbito interno das
organizações empresariais, as relações com os empregados, os diferentes estilos
administrativos, assim como as ações humanas, demandam novos rumos de gestão
que superem os modelos lineares, verticais e impositivos e alcancem novas
formas de ação administrativa que envolvam e valorizem o trabalho em equipe
baseado na maior participação e autonomia dos envolvidos. Na esfera externa, as
relações empresariais demandam propostas inovadoras para as atividades de
serviço, de mercado e de marketing e especial atenção para as questões
culturais, éticas e sociais que envolvem as ações organizacionais. Em qualquer
desses âmbitos, faz-se evidente a presença de processos e ações de comunicação
que não devem ser entendidos como complementos da estratégia organizacional,
mas como componentes essenciais na construção de uma estratégia comum.